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quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Criança deve estar na comunidade virtual?

Postado por Lulu às 15:30

Ficar ou não em frente ao computador já provoca polêmica entre os pais. Participar de redes sociais na web, então, dá aquele aperto e muitas dúvidas. A criança realmente está vulnerável? E como protegê-la? A tradução para o português do Club Penguin – uma das mais famosas redes sociais para crianças do mundo – leva a discussão para dentro de casa


 Reprodução

A criança conhece uma nova turma e faz vários novos amigos. Trocam entre eles preferências, conversam muito mesmo. Ela está sempre ansiosa para reencontrá-los. Um belo dia, um dos amigos pára de fazer contato. A criança, pequena ainda, não sabe lidar com a rejeição e se entristece. Mas ela não desiste, claro: dá outra chance ou começa tudo de novo.

Sim, na vida, amizades são mesmo assim. Mas aqui estamos falando de outras redes sociais nas quais seu filho pode estar inserido: as virtuais. E cada vez mais surgem novidades para divertir as crianças pela internet e, se esta conversa ainda não faz parte do dia-a-dia em sua casa, prepare-se: vai acontecer logo.

Mesmo quando era tudo em inglês, você já deve ter tido algum contato com o Club Penguin. No ar há quatro anos e comprado pela Disney em 2007, o site acaba de ganhar uma versão em português. Nele, um mundo coberto de neve é habitado por simpáticos pingüins que vivem em iglus criativamente decorados. Nesta comunidade virtual destinada a crianças de todas as idades, o seu filho pode ser um destes pingüins (que é um avatar, uma representação da pessoa como se fosse um personagem), escolher um nome para ele e conversar – com segurança – com outros pingüins (veja mais detalhes nos destaques). Calcula-se que, no mundo todo, existam mais de cinco milhões de membros do Club Penguin, sendo 500 mil só no Brasil. Esse grande número de brasileiros, aliás, foi o que motivou Lane Merrifield, um dos criadores do site, a trazer a comunidade para o país. “A primeira tradução do Club Penguin é esta, em português. Agora, a nossa idéia é adicionar algumas informações mais personalizadas, mais brasileiras”, diz.

Mais do que realidade

Os números de brasileiros em comunidades são sempre os maiores. O país é o primeiro no Orkut, por exemplo, o site de relacionamento mais famoso aqui. Uma pesquisa da Nickelodeon feita em 12 países mostrou que as crianças e adolescentes brasileiros são os que mais usam a internet no mundo. Esse mesmo estudo apontou que eles acessam sites de relacionamento para se divertir, se distrair, se expressar e se identificar. Isso porque o computador é algo bastante natural para essa geração – os chamados “nativos digitais”. Tão natural que entre 7 mil crianças e adolescentes que responderam a uma pesquisa realizada pelo Cartoon Network, 77% das que tinham entre 7 e 9 anos disseram ter acessado pela primeira vez uma comunidade online quando tinham entre 5 e 8 anos.

Maria Luiza Gallo, 8 anos, é uma delas. Membro do Penguin desde quando era somente em inglês, gosta de conversar com outros membros, mas tem predileção pelos jogos. Vez ou outra, comenta para a mãe Andréia Regina Gallo: “Alguns pingüins são chatos. Não respondem...”. A mãe conta que a filha usa computador desde os 4 anos e que a menina não fica muito tempo em um mesmo site. “Para garantir, estou sempre perto e conversamos muito sobre o que é ou não perigoso.”

A internet é mesmo uma janela de oportunidades: de fazer amigos, uma fonte de aprendizado e de compartilhamento de informações e de diversão. Gabriel, 8 anos, treina o inglês no Club Penguin. “Ele gosta de entrar na comunidade da Inglaterra para bater papo, perguntar curiosidades do país. No começo eu o ajudava, agora ele já conversa por conta própria e eu estou sempre de olho”, diz o músico Fábio Golfetti, que diz que o filho usa computador “desde que nasceu”.

Disponibilizar internet às crianças, claro, é abrir também aos riscos. Seja uma palavra na pesquisa no Google ou a procura por um vídeo no Youtube, sabemos que tudo é possível. Crianças terem amigos virtuais é inevitável, faz parte da vida atual. A Ong Safernet, especializada em observar o movimento de usuários na web, conversou com cerca de 1.400 crianças, jovens e pais, e concluiu que 53% não sentem que seus filhos estão seguros online. O maior receio (84%) é que as crianças sejam vítimas de adultos mal-intencionados, seguido pelo medo de eles terem contato com conteúdos impróprios para a idade (74%).

E se proibir não adianta – nem mesmo os especialistas indicam como a melhor opção – o que os pais podem fazer? O mesmo recado de sempre: devem estar por perto.

Pais como parceiros

Tanto o Club Penguin quanto outras comunidades destinadas ao público infantil, como Webkinz, Nicktropolis e Cartoon Network, têm medidas para tornar o ambiente de navegação o mais seguro possível. Requer autorização dos pais (por e-mail) para o cadastro e oferece maneiras limitadas de interação – no geral, a criança se identifica apenas como um avatar e a comunicação é feita por meio de frases pré-aprovadas.

Não basta só tecnologia. Os pais devem estar ao lado dela no momento em que está brincando e, o mais importante, familiarizar-se com esse mundo virtual. Portanto, se você nunca ouviu falar do Club Penguin (ou de outras comunidades similares), está na hora de navegar junto com seu filho e até mesmo montar o seu perfil, como muitos pais já fazem. Em alguns sites, é possível saber como foi a brincadeira da criança durante a navegação. Estabelecer horários para que seu filho navegue também é fundamental. Em algumas comunidades há como fixar o número de horas e o período em que a criança estará online. E não adianta, claro, só tirar a criança da frente do computador. Leve seu filho para passear no parque, faça um bolo junto com ele, chame os amigos para brincar em casa. Ou seja, mostre que há muitas outras maneiras de se divertir.

Conversar, você já sabe, nunca é demais. Assim como alerta seu filho para não falar com estranhos na rua, por exemplo, explique que ele não deve marcar encontros nem enviar fotos para quem não conhece. São as mesmas regras do dia-a-dia e, por isso, vai precisar entender as reações deles. Seu filho ficou triste porque tentou conversar com alguém e não obteve resposta? Compreenda que ele está, sim, chateado e explique que isso é bastante comum na rede. Afinal, nunca sabemos o que está acontecendo na outra ponta: a pessoa com quem ele tentou conversar poderia estar interessada em outro tipo de brincadeira, como um jogo. Ótima chance para lidar com a frustração, inevitável em qualquer tipo de vida – virtual ou não. Também é possível ensiná-lo que nem tudo o que se diz em comunidades é verdade. Protegido por um avatar, qualquer um pode mentir a idade ou intenção. “Geralmente, quem engana é adulto. A criança e o adolescente querem mais é se mostrar, identificar as comunidades a que pertencem e seus gostos pessoais”, diz Angela Soligo, psicóloga e professora da Faculdade de Educação da Unicamp. Tanto que estudiosos de redes sociais na web indicam que o principal motivo para crianças quererem se associar é para encontrar amigos, e não para fazer novos. Será isso um alívio? Pode ser, mas não é o caso de arriscar: entre neste mundo de mãos dadas com seu filho.

Fonte: http://revistacrescer.globo.com/Revista/Crescer/0,,EMI18450-16811,00-CRIANCA+DEVE+ESTAR+NA+COMUNIDADE+VIRTUAL.html

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